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Foto do escritorAna Beatriz Caparroz

Orbits x BBC: Por que os fãs estão boicotando o comeback do LOONA?

Grupo da Blockberry Creative estava com comeback marcado para a primeira semana de 2023, mas o boicote adiou o lançamento

(Reprodução / Blockberry Creative)

Já faz um tempo que os fãs do girlgroup LOONA, administrado pela Blockberry Creative (subsidiária da Polaris Ent.), estão insatisfeitos com a gravadora. Essa insatisfação foi intensificada no último mês por conta de atitudes da produtora — em especial pelo tratamento dispensado às artistas —, o que culminou em um boicote da parte dos fãs. Nessa semana, o boicote deu frutos e o comeback do grupo com o álbum The Origin Album [0], marcado para dia 3 de janeiro, foi adiado por tempo indeterminado.



LOONA debutou em 2018 com 12 integrantes — HeeJin, HyunJin, HaSeul, YeoJin, ViVi, Kim Lip, JinSoul, Choerry, Yves, Go Won, Chuu e Olivia Hye — e, desde então, passou por vários problemas envolvendo sua agência. Por conta do descaso, que não foi pouco, os fãs iniciaram um plano de boicote à empresa, tencionando que as integrantes se livrassem dos contratos abusivos da BBC. Algumas das ações tomadas pelos Orbits (fãs do LOONA) foram não comprar álbuns físicos ou digitais, não consumir conteúdos pagos e não dar streaming nas músicas do girlgroup.


Se você ainda está perdido no que levou os Orbits e as próprias cantoras a apoiarem o boicote, fizemos uma pequena linha do tempo, baseada em um tweet do Orbits Brasil (@OrbitsBrasil), para ajudar. Confira após a publicidade.



Setembro de 2021: Crise financeira


Em setembro de 2021, a Blockberry Creative foi parar nos holofotes da mídia coreana porque a crise financeira interna da empresa havia atingido níveis preocupantes, e isso acendeu uma espécie de “luz vermelha” sobre as atividades do grupo. A dívida da BBC estava acima dos milhões de wons, impossibilitando pagamentos de colaboradores terceirizados, contas básicas e o salário de funcionários. A falta de pagamento por tanto tempo forçou vários trabalhadores, como maquiadores e cabeleireiros, a interromperem seus serviços.


Março de 2022: Processo da Chuu contra BBC


Um portal de notícias coreano divulgou em março que a Chuu havia aberto um processo contra a BBC para encerrar o contrato de exclusividade que mantinha com a empresa. A artista estaria insatisfeita com a divisão financeira que estava acontecendo; no contrato, estava acordado uma divisão de lucros em 7 por 3 - a empresa ficava com 70% e a artista com 30%, mas as despesas eram divididas em 50/50.


Nessa situação, as dívidas do grupo apenas crescia, enquanto as membros não viam lucro algum. No caso da Chuu — conhecida por ser a representante de várias campanhas e marcas —, ela também não recebia o montante referente aos trabalhos realizados "por fora" do LOONA.



Apesar disso, Chuu aceitou assinar um anexo ao contrato que redividia os lucros entre as partes. Todas as promoções feitas em grupo seriam repartidas entre a empresa e as artistas, enquanto todos os trabalhos individuais teriam o valor integral destinado à própria. Além da resolução financeira, Chuu conseguiu com o anexo maior autonomia em sua carreira, podendo decidir em quais ações ela participaria com o grupo (o que em tese impediria um novo episódio "Queendoom 2", reality em que a artista disse não querer ter participado, mas foi obrigada pela BBC para promover com o restante do grupo).



Junho de 2022: Turnê Mundial sem a Chuu


(Reprodução / Blockberry Creative)

No final de maio, a empresa anunciou a primeira turnê mundial do grupo depois de 4 anos de debut. Os fãs estavam ansiosos para ver todas as 12 integrantes pessoalmente, mas, nas vésperas da abertura de venda dos ingressos (literalmente 30 minutos antes), a Blockberry Creative publicou uma nota anunciando que a Chuu não participaria da turnê por conta de compromissos da agenda particular da artista.




Agosto e setembro de 2022: Descaso durante a tour


Quando as datas da turnê foram divulgadas, os fãs perceberam que havia algo errado com a agenda do grupo. Os shows estavam marcados com datas muito próximas umas das outras e com pouquíssimo tempo de descanso entre as apresentações. Durante os shows na América, as membros praticamente não tiveram descanso, e só foram parar antes da ida para a Europa, quando tiveram 7 dias de folga. Além dos shows regulares da turnê, LOONA também se apresentou no KCON LA.



O excesso de trabalho começou a cobrar seu preço, e aí as coisas pioraram. No dia 11 de agosto, em Chicago, Kim Lip não participou de um Meet & Greet por questões de saúde. Alguns dias depois, na Cidade do México, Yeojin desmaiou no meio do show, ao que a empresa respondeu ser por conta da diferença de altitude da cidade. Antes de irem para a Europa, a BBC anunciou que duas integrantes não participariam dos shows no continente europeu, sendo elas a Choerry e Haseul. Além desses casos, a Yves também teve que se ausentar de eventos em Amsterdã por conta de problemas de saúde.


Novembro de 2022: Expulsão da Chuu por “abuso de poder” e boatos de mais processos dentro da BBC


(Reprodução / @OrbitsBrasil via Twitter)

No dia 25 de novembro, a Blockberry Creative anunciou no fan cafe do grupo que a Chuu estava sendo expulsa do LOONA por “abuso de poder e linguagem violenta” contra um staff. Na nota publicada, a BBC disse o seguinte:


Depois de ser recentemente informado sobre a linguagem violenta de Chuu e o uso indevido de poder em relação à nossa equipe, a verdade foi encontrada após investigação. Os representantes da agência estão se desculpando e confortando a equipe, e decidimos assumir a responsabilidade por isso e remover Chuu do LOONA.”

Três dias depois, a artista se pronunciou sobre a expulsão do grupo nos stories da sua conta particular do Instagram (@chuuo3o). No seu depoimento, Chuu disse que ainda estava tentando digerir os últimos acontecimentos e que não tinha sido avisada de nenhuma decisão da empresa até tudo ser noticiado. Vários artistas, críticos e pessoas que já trabalharam com o LOONA prestaram apoio à Chuu nas redes sociais, por conta das declarações absurdas da gravadora.



No mesmo dia da declaração da Chuu, começaram boatos de que outras nove integrantes teriam entrado com processos contra a empresa para encerrarem seus contratos. Um fã mandou mensagem no FAB — aplicativo de interação entre artista e fã — dizendo que gostaria que as meninas ficassem livres da BBC, ao que a Hyunjin respondeu “eu também”.



Dezembro de 2022: Anúncio de comeback e boicote


(Reprodução / Blockberry Creative)

No início do mês, foi confirmado pela BBC que o LOONA faria o seu próximo lançamento no dia 3 de janeiro de 2023; o primeiro com apenas 11 integrantes. Nesse ponto, os Orbits já estavam extremamente decepcionados com a administração do grupo e a forma como as artistas estavam sendo tratadas pela empresa. Por isso, foi criado o plano de boicote ao comeback e ao próprio grupo.


Assim que o álbum The Origin Album [0] foi anunciado, várias fanbases reforçaram o boicote em todas as redes sociais, pedindo para as lojinhas brasileiras aderirem e não disponibilizarem o álbum para venda. Além disso, os fãs pararam de dar streaming em toda a discografia do LOONA como forma de protesto, mostrando para a empresa que, enquanto as membros forem tratadas com descaso, ela não teriam retorno nenhum.


Alguns dias depois vieram os primeiros sinais de que o boicote estava dando frutos: em 20h de pré-venda, apenas 93 álbuns foram vendidos. A queda é expressiva se comparada às vendas do álbum anterior: 5 mil cópias no mesmo período. Mas o resultado mais drástico do boicote em massa foi o adiamento do comeback por tempo indeterminado, considerado uma vitória para a cauda dos Orbits.



Com essa linha do tempo de erros da Blockberry Creative na administração do LOONA fica fácil entender o motivo do boicote e porque os fãs estão tão engajados em “livrar” as artistas do selo da gravadora, não acha? Mas e você, também está apoiando o boicote?



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