Depois de um sucesso estarrecedor com Cupid no início do ano, o grupo está enfrentando uma batalha judicial contra a sua atual empresa, ATTRAKT
(Divulgação / ATTRAKT)
Nos últimos meses, o grupo feminino FIFTY FIFTY, composto por Keena, Saena, Sio e Aran, conquistou milhões de fãs ao redor do mundo, e emplacou o hit Cupid na Billboard Top 100 — um chart que só contabiliza plays nos Estados Unidos Os feitos do grupo não param por aí, já que as meninas foram convidadas para participarem da trilha sonora do filme "Barbie", que lançou na semana passada, e continuam na referida parada musical até essa semana. Mas, apesar de parecer uma carreira muito promissora, o grupo se envolveu em polêmicas com a sua atual empresa, a ATTRAKT.
Embora os números estejam bem positivos, especialmente com o lançamento do filme Barbie, a confusão com a ATTRAKT tem chamado bastante a atenção dos fãs. Isso porque as meninas pararam de promover suas músicas, de início sem qualquer explicação, e também por conta de boatos de que o grupo pode entrar numa espécie de lista de restrição na indústria do K-pop. Fizemos um compilado das principais informações para você entender melhor o que aconteceu até o momento, confira após o anúncio.
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O início do conflito
(Reprodução / ATTRAKT / WARNER MUSIC KOREA)
No início de junho, os fãs já estavam se incomodando com a falta de notícias e promoções por parte do grupo, ainda mais com o lançamento de Barbie, e da nova música delas, se aproximando, e começaram a cobrar a empresa por respostas. No dia 23 de junho, o CEO Jeon Jong Hoon publicou um esclarecimento nas redes sociais explicando o motivo para o “sumiço” do FIFTY FIFTY.
Entre os motivos, foram listados o estado de saúde de uma membro, que teve que passar por uma cirurgia em maio, e aproveitaram para dar uma folga para as que as outras meninas também pudessem se cuidar. Outra razão mencionada foi a “influência de forças externas” que estariam tentando fazer com que os contratos exclusivos do grupo com a empresa fossem rescindidos. Confira um trecho da declaração:
Através de acusações caluniosas contra nós e bajulações glorificadas sobre si mesmos, essas influências externas estão cometendo um ato ilegal de induzir nossos artistas da agência a tomar a decisão errada para ignorar seus contratos de exclusividade válidos e assinar contratos com eles. Embora tenhamos começado como uma pequena empresa, tivemos um sonho mais ousado do que qualquer outra pessoa e, apesar das situações financeiras difíceis, superamos a adversidade e escrevemos uma nova história no K-pop.
Como esse ato pelas influências externas é um ato que pisa no puro amor dos fãs, pode prejudicar muito a imagem e o potencial desses artistas que estrearam há apenas sete meses e, além disso, têm um sério efeito adverso no K-pop como um todo. Embora não possamos conter nossa raiva pelos atos ilegais dessas influências externas impuras que estão tentando extorquir o incrível milagre alcançado por uma agência pequena e impotente, responderemos com firmeza e deliberadamente e lutaremos até o fim sem qualquer compromisso com essas influências externas para responsabilizá-las legalmente.
Após a publicação dessa nota, a ATTRAKT anunciou que iria processar a Warner Music Korea, a gravadora do grupo, por estarem incentivando as meninas a deixarem sua agência atual e estarem tentando um “buyout”. O termo é utilizado para denominar a prática na qual algum artista é recrutado por uma gravadora ou empresa, mesmo que ainda exista um contrato vigente, e é feito um pagamento para que o contrato seja encerrado antes do prazo.
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Bate-rebate de processos
Alguns dias depois, em 27 de junho, a empresa anunciou que processaria também o diretor criativo de Cupid, Ahn Sung Il, e a empresa na qual ele é CEO, a The Givers, por fraude, violação de deveres e obstrução de negócios. Nesse momento, Sung Il se pronunciou, e disse que iria processar de volta a ATTRAKT por calúnia. Aqui já tinha virado um bate-rebate de processos, mas, até então, nenhuma das meninas tinham se pronunciado. Confira um trecho da declaração da The Givers:
The Givers gostariam de esclarecer que a empresa em questão não tentou interferir de forma alguma nos assuntos entre a ATTRAKT e o FIFTY FIFTY, e quaisquer rumores de ‘caça furtiva’ não têm relação com nossa equipe. Em 27 de junho, o CEO Jeon Hong Joon denunciou The Givers à polícia, divulgando simultaneamente o relatório aos meios de comunicação. Desde o início da parceria com a ATTRAKT, The Givers cumpriram rigorosamente todos os serviços contratados.
Mesmo quando a ATTRAKT recebeu uma notificação legal dos membros do FIFTY FIFTY solicitando a suspensão de seu contrato de exclusividade, o CEO Ahn Sung Il e seu representante legal se reuniram com o CEO Jeon Hong Joon da ATTRAKT para mediar entre o FIFTY FIFTY e a agência do grupo. Mesmo com todo o conhecimento desses fatos, o CEO Jeon Hong Joon optou por espalhar informações falsas sobre The Givers, difamando gravemente o nome de nossa empresa e prejudicando nossas operações.
No mesmo dia, o Fancafe do grupo foi desativado sem explicações. A ATTRAKT informou aos fãs que, novamente “forças externas”, estariam tentando sabotar o grupo, mas que já tinham retomado o acesso à plataforma e iriam trabalhar mais para que o incidente não se repetisse. Na nota, eles finalizaram pedindo desculpas aos fãs pelo acontecimento.
No dia seguinte, 28 de junho, o FIFTY FIFTY fez um pronunciamento através da assessoria jurídica, e veiculado através do site SOOMPI, anunciando um processo contra a empresa, pedindo a anulação dos contratos exclusivos. Na nota do escritório de advocacia, foi dito que os motivos para o processo eram a perda de confiança e falta de transparência nas transações. Sintetizando: elas queriam saber para onde estava indo o dinheiro das promoções e contratos, e a companhia não estava repassando essas informações. Além disso, as meninas expressaram seu descontentamento com a divulgação da cirurgia de uma delas sem uma conversa ou aviso prévio.
Nas redes sociais, as opiniões dos fãs ficaram bem divididas. Alguns acham que foi a melhor coisa a se fazer e no melhor momento, já que elas não têm tantas músicas ainda e antes que vire uma situação bem maior, como foi o caso do LOONA com a Blockberry Entertainment. Confira algumas reações no Twitter:
As consequências da batalha judicial
(Divulgação / Mattel)
De acordo com o portal sul-coreano Ilgan Sports, o FIFTY FIFTY perdeu algumas oportunidades de trabalhos por conta do processo e, como a ATTRAKT publicou, por “circunstâncias internas que foram reportadas à mídia recentemente”. Houve também o cancelamento de vários compromissos já agendados, por conta da atmosfera conturbada que se criou com a briga judicial.
Dentre os projetos cancelados, estão a gravação do MV de Barbie Dreams, as participações em eventos de promoção do filme na Coreia do Sul, junto com a Margot Robbie, e a apresentação do grupo na KCON Los Angeles, que estava marcado para o dia 19 de agosto. O site Ilgan Sports também informou que a ATTRAKT havia cancelado um contrato com uma marca global de eletrônicos, uma propaganda ao lado de um atleta famoso e várias participações em programas de variedades que estavam no radar.
No dia 11 de julho, o CEO Jeon Hong Joon deu uma entrevista exclusiva ao portal Star News Korea falando sobre a relação com as membros e o processo. Ele reforça que o seu desejo no momento é poder reencontrar com as meninas pessoalmente e conversar sobre a situação e ambas as partes se resolverem, pedirem desculpas uns aos outros e retomar as atividades do grupo. Ele disse ainda que "duas das meninas ainda são menores de idade e seus pais não estão familiarizados com o setor [da música]. Como eles poderiam saber sobre essas situações? É compreensível as atitudes deles".
O que você acha sobre essa batalha judicial entre FIFTY FIFTY e a empresa? Por aqui no Café estamos acompanhando todo o desenrolar da ação judicial. Conta pra gente nas redes sociais a sua opinião.
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