Ao lado de Jung Woosung, ator dirige, produz e co-escreve o filme de espionagem exibido nos festivais de Cannes e Toronto
(Divulgação/Magnolia Pictures)
Um dos maiores nomes da televisão e do cinema sul-coreano desde os anos 90, Lee Jungjae agora é diretor em seu primeiro longa-metragem, Hunt. O filme foi exibido no Festival de Cannes, em maio desse ano, e também está na seleção de Toronto, um dos maiores termômetros para definir os possíveis filmes indicados ao Oscar.
Lee Jungjae fez sucesso em Round 6, ganhando alguns prêmios como SAG Awards e Critics Choice Awards, e agora também concorre à maior prêmio da televisão, o Emmy. Sua projeção internacional como ator, no entanto, não o impediu de se arriscar como cineasta em Hunt e, com isso, os fãs podem ficar tranquilos.
Em entrevista à revista Variety, Lee Jungjae fez uma afirmação importante para os amantes de seu ofício como ator: “Só porque estou fazendo o trabalho de diretor neste filme não significa que vou desistir de atuar. Eu ainda gosto de atuar e pretendo me concentrar nisso.” Inclusive, em Hunt, além de dirigir, o astro também faz parte do elenco. Se você está curioso sobre o aguardado lançamento, o Café Com Kimchi separou algumas informações sobre o filme!
Qual é o enredo de Hunt?
(Divulgação/Magnolia Pictures)
Hunt se passa nos anos 80 e conta a história de dois agentes especiais do Serviço Nacional de Inteligência da Coreia, responsáveis, de forma independente, por cumprir a mesma missão: encontrar um espião norte-coreano dentro da agência. No decorrer de suas investigações, a dupla se depara com um plano dos inimigos que consiste em assassinar o presidente da Coreia do Sul e precisam seguir todas as ordens para que tragédias maiores sejam evitadas.
A trama, a princípio, seria ambientada no século XXI. Segundo Lee Jungjae, em entrevista ao site Newsweek, a nossa época atual reflete bem o cenário de Hunt, "onde acreditamos em uma verdade distorcida por notícias falsas e ensinamentos falsos e vemos muitos conflitos entre os oponentes". Ele continuou:
"O que nós, que estamos em conflito, ganhamos com tudo isso? Acho que devemos reexaminar continuamente nossas crenças, então eu queria explorar isso tema neste filme."
Lee Jungjae reeditou o filme após exibição em Cannes
(Divulgação/Magnolia Pictures)
O corte final de Hunt acabou não sendo o último. Quando o longa-metragem foi exibido em Cannes, na categoria fora de competição “Midnight Screening”, Lee Jungjae percebeu que a crítica especializada no Ocidente não entendeu o contexto histórico do filme. Por isso, os profissionais da imprensa tiveram interpretações equivocadas (ou, simplesmente, reclamaram por não compreenderem o cenário político retratado na produção).
Por este motivo, Lee Jungjae divulgou à agência de notícias Yonhap, no início de agosto, que decidiu mudar algumas partes antes de exibir Hunt no Festival de Toronto e, posteriormente, nos cinemas internacionais. O ator e diretor disse que mudou algumas partes no roteiro, reinventou a abordagem para facilitar a compreensão do público estrangeiro, fez cortes e, com isso, os atores tiveram que voltar ao set para regravar as cenas modificadas.
“Ao escrever o roteiro de Hunt, defini como público-alvo as gerações mais jovens na Coreia do Sul que aprendem sobre a época nos livros de história. Achei que os espectadores estrangeiros seriam os mesmos. Mas, em Cannes, cerca de 30% das críticas da mídia estrangeira reclamaram que era difícil para eles acompanhar a história, pois não conheciam a política coreana na década de 1980.”
"Eu queria fazer um filme de alta intensidade, com pequenas e grandes reviravoltas no enredo se desenrolando harmoniosamente. É um filme de espionagem de ritmo acelerado, mas também tentei não tornar a história muito complicada de acompanhar. Eu simplesmente espero que o público goste de assistir”, concluiu.
Vale mencionar que o corte original já estreou na Coreia do Sul no início de agosto e foi bem recepcionado pelo público nacional. Conforme a agência Yonhap relata, “desde sua exibição na Coreia, o filme recebeu elogios da mídia local por seu enredo bem-arredondado que tece a rivalidade entre os dois protagonistas com incidentes políticos coreanos aa época e o uso eficaz de sequências de ação para um filme de espionagem.”
Elenco conta com antigos colegas de trabalho de Lee Jungjae
(Divulgação/Festival de Cannes)
Além de diretor, produtor e co-roteirista ao lado de Jo Seung Hee (More Than Friends), Lee Jungjae também é protagonista do filme e interpreta o agente Pyong Ho. A trama também é estrelada por Jung Woosung, com quem trabalhou anteriormente no filme City of the Raising Sun, lançado em 1998. Woosung, que também foi o produtor executivo do dorama O Mar da Tranquilidade, dá vida ao outro agente, Jung Do.
A química da dupla data um longo tempo, assim como a produção do roteiro, que levou quatro anos para ser escrito. "Nós conversamos muito sobre trabalhar juntos novamente muito em breve. Por anos, tentamos tornar isso possível e até escrevemos um roteiro juntos, mas nunca se materializou em um filme”, disse Lee Jungjae em entrevista ao Newsweek.
O ator contou também que demorou a entregar o projeto escrito porque estava "focando na história de fundo dos personagens”. Quanto às motivações dos dois protagonistas, ele afirmou: “Acredito que deve haver uma justificativa clara para os personagens para que eles colidam e eu esperava que esse confronto de fogo preenchesse a tela. Queria que eles se vissem um no outro, mesmo que fossem opostos conflitantes. Era importante criar um senso de unidade e solidariedade entre eles.”
Além de Lee Jungjae e Jung Woosung, Hunt também é estrelado por Heo Sungtae (o jogador e gângster cruel de Round 6), Jeon Hyejin (Stranger), Jeong Mansik (Retaliação) e o ator alemão Andres Fronk, que já fez participações em Parasita, Carter e nos doramas Vincenzo e My Name.
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