Líder do BTS lança seu primeiro disco solo e traz reflexões pessoais com a participação de grandes artistas; leia a crítica
(Reprodução/ HYBE)
Na última sexta-feira (02), o RM do BTS divulgou Indigo, seu tão aguardado primeiro álbum solo. Com dez faixas ao todo, o lançamento carrega a participação de artistas como Anderson Paak, Erikah Badu, Park Ji Yoon e mais. Indigo é mais um dos trabalhos do boygroup na atual fase de conteúdos individuais, seguido de Jack In the Box do J-hope e Astronaut do Jin. RM já havia lançado duas mixtapes anteriormente, e inclusive foi o primeiro integrante a lançar esse tipo de produção.
Indigo é o último registro dos vinte anos de RM — tópíco contido no próprio álbum, e algo que o rapper buscou afirmar durante promoções e entrevistas recentes. O disco possui músicas com energias que lembram seu já habitual estilo de trabalho, mas o artista arrisca com o uso do blues e do r&b. Veja o que mais o Café com Kimchi achou do lançamento logo abaixo:
O crescimento de RM é pincelado nas músicas de Indigo
Wild Flower é a faixa principal e promocional de Indigo, e tem participação de Youjeen, vocalista da banda sul-coreana Cherry Filter. A música conta com um MV cheio de performance uma presença marcante de RM em tela, enquanto o cantor fala a respeito de suas aflições, medos e desejo por momentos e conexões mais humanas.
Nisso, o álbum conta a trajetória do rapper que, hoje, está com 28 anos. RM apresenta um conjunto de lições aprendidas, poesias e uma pincelada a respeito de seu amadurecimento. Em entrevista à revista VOGUE, Namjoon afirma que o projeto documenta o seu crescimento como pessoa e artista. Ele revela ainda que Indigo é formado por dez faixas com as "dez cores" de sua alma e ego, e que dessa vez pôde mostrar o que há dentro de si e o que realmente gostaria de fazer como solista.
O lançamento é iniciado com a canção Yun, que tem a participação de Erykah Badu, cantora estadunidense conhecida por sua contribuição à reinvenção da black soul music e do r&b. Consequentemente, a faixa é influenciada pelos estilos sem perder o flow e ritmo do rapper, que intercala entre a suavidade e a intensidade.
Erykah entra no pré-refrão com uma voz suave e que quase não acompanha instrumentos, declamando a fala de Yun Hyeong Keun, uma figura importante do movimento artístico sul-coreana e que leva o nome da música. RM traz um rap mais lento, e diz: "eu quero ser um ser humano antes de fazer alguma arte”.
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(Reprodução/HYBE)
Em seguida há a faixa Still Life. Como já era de se esperar de uma música com o cantor e compositor Anderson Paak — parceiro de Bruno Mars na dupla Silk Soni —, a música é contagiante e fácil de ouvir. O instrumental possui beats que guiam toda a canção, e apesar de cantarem pouco ao mesmo tempo, a vozes de Anderson e RM têm uma ótima harmonia.
All day segue a mesma energia da música anterior, e conta com a voz de Tablo, rapper e líder do trio de hip hop Epik High. Ela tem um refrão animado e seria facilmente uma faixa da discografia do próprio BTS. Então, Forg_tful chega fugindo de forma repentina do ritmo agitado da tracklist até então, e mostra RM em sua figura como vocalista. Acompanhado apenas de um violão, ele divide harmonicamente a letra com a cantora Kim Sawol em dado momento.
Em Closer, o rapper volta para o seu registro de voz mais conhecido, com um instrumental mais suave e em parceria com o também rapper Paul Blanco e a cantora do cenário r&b Mahalia. Após isso, sexta faixa do álbum é Change pt2., cantada apenas em inglês é a sequência da música que foi lançada pela primeira vez, em parceria com o cantor Wale, em 2017.
Lonely é um pouco mais melancólica, e o líder do BTS canta sozinho aqui. A canção possui um ritmo que lembra mais o pop, e mesmo que tenha uma letra mais reflexiva, o instrumental não deixa o ouvinte ficar para baixo. Depois, Hectic retorna as parcerias com um instrumental mais disco ballad e dessa vez traz o cantor Colde em colaboração com Namjoon.
Por fim, No.2 fecha o álbum Indigo super bem. A lendária solista Park Ji Yoon inicia a faixa com uma voz doce que posteriormente abre espaço para RM, que canta de forma mais lenta do que costuma fazer. O instrumental da música é simples, mas na medida certa – o suficiente para embalar a voz de ambos.
Assim como os trabalhos anteriores do RM, Indigo é uma obra intimista e sincera. Além de ser uma espécie de diário que aborda os medos, aprendizados e até mesmo inseguranças do artista mundialmente famoso, as canções foram selecionadas com primor e mostram uma harmonia quase que impecável. O rapper recomenda aos fãs a escuta do álbum na ordem correta, e com razão: cada uma das músicas se alinha e a troca de ritmos e gêneros é feita de forma sutil.
Ao se tratar de um registro pessoal, RM consegue agregar profundidade ao lançamento com a presença de artistas variados e respeitados por suas trajetórias; assim como o próprio autor e criador de Indigo.
Escute Indigo logo abaixo:
Nota: Lembrando que o papel da nossa crítica, independente de positiva ou negativa, é apontar elementos para você construir a sua opinião sobre aquela obra; seja uma música de K-pop ou dorama. Então, tá tudo bem concordar ou discordar de tudo o que a gente disse aqui, mas não esquece de dizer o que você achou desse lançamento nos comentários, no Twitter ou no Instagram do Café!
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