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Foto do escritorGiovana Medeiros

LE SSERAFIM debuta 'sem medo', trazendo um diferencial para a geração

Novo grupo feminino da HYBE e Source Music fez seu debut nesta segunda-feira (02); confira nossa resenha do álbum

(Reprodução / HYBE)

A nova promessa da junção entre a HYBE e a Source Music, empresas que são referência na indústria de entretenimento sul-coreano, debutou na segunda-feira (02). O LE SSERAFIM é uma ideia antiga que surgiu a partir da dissolução do IZ*ONE, grupo formado durante o survival show Produce 48, e que era altamente aguardado desde então.


Formado pelas integrantes Sakura, Chaewon, Yujin, Kazuha, Garam e Eunchae, cujas idades vão dos 22 anos até os 16, era de se esperar que o grupo chamasse bastante atenção. Sakura, uma experiente do entretenimento, fez parte do IZ*ONE assim como Chaewon, além de já ter sido uma integrante do HKT48, grupo feminino japonês. Kazuha, por ter sido pessoalmente recrutada pelo CEO da Source Music, também foi aguardada ansiosamente.


De forma geral, havia muita especulação sobre como o LE SSERAFIM seria. O nome do grupo é um anagrama da expressão “I'm fearless” e faz referência à 'les seraphim', uma entidade angelical de seis asas, e já entrega no primeiro contato o conceito. Entretanto, apesar de prometer muito, o resultado poderia ser decepcionante… Será que foi?



Bravura, classe e internacionalidade


(Reprodução / HYBE)

The World Is My Oyster, faixa que abre o álbum, evoca flashes de passarela, marcas de luxo, comerciais de moda, passarela e catwalk. Quase chega aos dois minutos, servindo meramente como uma introdução e um pequeno vislumbre do que o grupo está prestes a nos oferecer. As partes faladas são feitas em coreano, japonês e inglês, refletindo as línguas que cada integrante fala — mostrando que, de fato, o K-pop está atingindo patamares muito além da própria península —, e elas carregam a confiança que o conceito pede.


“Suas palavras que me dizem para esconder a minha ambição são esquisitas / Não vou mais fingir ser humilde”: Em Fearless, essa confiança e autoestima continuam. O baixo predominante, o ritmo feito com as vozes e o refrão sussurrado contribuem para a aura classuda da canção, fazendo com que Sakura, Chaewon, Yujin, Kazuha, Garam e Eunchae se demonstrem realmente destemidas.


Sendo a faixa-título, era de se esperar que ela fosse mais explosiva e seguisse o rumo que a quarta geração está tomando para os grupos femininos. Entretanto, o gênero de Fearless está mais para o sensual do que o hyperpop de grupos como o aespa, por exemplo, e isso é interessante; a pluralidade de conceitos que estão surgindo e formando essa nova geração demonstra que o K-pop está acordando e se renovando.




Em seguida, temos Blue Flame, que nos traz um pouco do retrô que já apareceu em diversos momentos nos últimos dois anos. Blue Flame lembra o álbum Future Nostalgia, da cantora Dua Lipa, que utilizou dos mesmos mecanismos: fortes riffs de baixo, melodia groovy e focada no ritmo e refrão fácil de ser cantado junto à faixa. Essa, em especial, ganhou muita atenção nas redes sociais após a fascinante performance no showcase — e merecidamente.


Adentramos o mundo mágico com The Great Mermaid que, pelo título, já deixa clara a referência à história da princesa Ariel, A Pequena Sereia. Na letra, o LE SSERAFIM canta que não vai desistir da própria voz para se casar com um príncipe e rejeita totalmente a possibilidade do amor. Para combinar com a composição, o instrumental é tão forte quanto a mensagem, puxando mais para o eletrônico, quase PC music, e deixando a melodia um pouco de lado. O gênero seria uma ótima oportunidade para utilizar de carro-chefe em um próximo lançamento.


O ritmo desacelera quando chegamos no encerramento do álbum, Sour Grapes. A balada traz influências de trap e o início com notas em instrumentos de corda remete um pouco à Feel My Rhythym, recente comeback do Red Velvet. A faixa, apesar de não ser forte o suficiente para se sustentar sozinha, é uma adição excelente à tracklist, e a analogia entre o medo de se apaixonar ser como uma fruta azeda combina com a juvenilidade do grupo.



Quando você estiver precisando de uma pausa da eterna movimentação energética do K-pop, os vocais classudos e bem postos do LE SSERAFIM irão te fazer bem. Não existe muita inovação no que o grupo traz, mas ao se lançarem no mercado que passa por tempos de inovação até demais, esse sopro de ar fresco é muito bem vindo. O conceito pictórico do LE SSERAFIM vai te atrair, mesmo que você lute contra — elas podem até cantar para que você se afaste, mas vai ser difícil. Afinal, elas são destemidas.




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