Com o recente lançamento do álbum Savage, o girlgroup aespa explorou novos rumos do universo compartilhado da influente empresa de K-pop
(Reprodução/SM Entertainment)
Se você acompanha ou conhece minimamente os últimos lançamentos dos grupos da empresa SM Entertainment, certamente já ouviu falar em Kwangya. A palavra chamou atenção desde seus primeiros vislumbres nas músicas no ano passado, fazendo sua aparição inicial no vídeo The Past & Future — Ether (“O Passado e Futuro — Ether”, em tradução livre), do NCT 2020.
No vídeo em questão, a narração na voz dos integrantes do grupo afirma: “O mundo do inconsciente é criado filtrando eventos e emoções, elementos que apenas respondem ao 'eu' do mundo consciente. Chamamos isso de Kwangya, e foi criado ao filtrar o 'Éter', o mar do inconsciente.”
Posteriormente, a canção 90’s Love, da sub-unit de NCT, menciona a curiosa palavra no trecho “Quando você ficar mais forte, venha me encontrar além do mundo de Kwangya”. Depois disso, a estreia do girlgroup aespa, em novembro do ano passado, trouxe o single Black Mamba ao mundo — e, junto com a música, mais referências na letra que afirma “você está vagando em Kwangya”.
Mais tarde, aespa lançou Next Level, remake da música homônima de A$ton Wyld, presente na trilha sonora de Velozes & Furiosos: Hobbs & Shawn. A canção menciona que o grupo feminino da SM “caminha para Kwangya”, e também traz diversos elementos que apenas pessoas inseridas no multiverso da empresa de entretenimento entenderiam.
Por fim, as aparições mais recentes da palavra ocorreram no lançamento especial de EXO, a música Don’t Fight The Feeling, em que os integrantes cantam: “Correndo por Kwangya”. E, também, na produção nova faixa-título do aespa, intitulada Savage, na qual proclamam: “Eu vou a Kwangya para jogar”. Mas afinal, o que isso significa? O Café Com Kimchi te explica!
O que é Kwangya?
(Reprodução/SM Entertainment)
Inserido no SM Culture Universe (SMCU), Kwangya significa literalmente “deserto” em coreano. Neste universo compartilhado entre os artistas da empresa, elementos como animações, avatares, webtoons e inteligências artificiais estão envolvidos globalmente em todos os mundos existentes. Neste contexto, Kwangya é uma dimensão fora do planeta Terra.
O SMCU consiste em várias dimensões: o "mundo real", onde humanos comuns residem, FLAT, ambiente isolado habitado pelas “aes” (versões avatares do grupo aespa), Kwangya, deserto comandado por Black Mamba, o maior vilão do multiverso até então. Além disso, existe também o Kosmo, espaço transcendente onde ninguém jamais esteve antes — e que só será encontrado após o antagonista ser derrotado.
Conheça Black Mamba, vilão da SMCU
(Reprodução/SM Entertainment)
Maior antagonista do multiverso da SM Entertainment, Black Mamba é uma divindade maligna que impede que os humanos se conectem com seus alter-egos “aes” de outra dimensão — evitando, assim, que a sincronização (SYNK) entre estes dois corpos aconteça, consequentemente enfraquecendo o elo entre ambos.
Na trama, Black Mamba é retratado como uma serpente preta gigante, a qual as integrantes do grupo aespa devem lutar para combater. A conexão entre elas e seus “aes” deve acontecer, principalmente, porque estes alter-egos virtuais são criados com bases nos dados que os humanos possuem — representando, assim, um reflexo perfeito de sua própria existência. Enquanto humanos são falhos, aes representam uma versão irretocável da humanidade. E isso é, obviamente, um impedimento contra a soberania do Black Mamba, que deseja se consolidar como a maior potência existente.
Histórico de universos complexos na SM
(Reprodução/SM Entertainment)
A recente junção de conceitos entre os grupos da SM Entertainment resultou na existência da SMCU, trazendo aos fãs uma multiplicidade de termos novos a digerir. O novo universo deu seus primeiros passos no videoclipe Make A Wish (Birthday Song), do NCT, que termina com uma borboleta voando em direção as flores — cena que reaparece no clipe de Black Mamba, do aespa. Além disso, o boygroup Super M também introduziu o grupo feminino no final do clipe One, em que a logo delas aparece na tela de um celular futurístico. Apesar das interessantes conexões do SMCU, há um enredo existente antes disso.
Em 2012, com o debut do grupo EXO, um universo com duas camadas nos foi apresentado. A primeira é o EXO Planet, planeta localizado fora da Via Láctea, onde os 12 integrantes da formação original do boygroup de K-pop nasceram. E a segunda é a Terra, onde humanos e animais vivem, como bem sabemos.
Na música de estreia intitulada MAMA, a árvore da vida que alimenta a existência do EXO Planet é consumida pela vilã Red Force (ou força vermelha, em tradução livre). Para impedir que o lar de EXO seja extinto, o deus chamado MAMA divide a árvore em duas partes, criando duas potências de combate: EXO-K e EXO-M.
Com a separação da árvore e do EXO, os originados no EXO Planet são enviados ao planeta Terra para recuperarem as energias positivas criadas pelo elemento “amor”. No entanto, ao chegarem à dimensão humana, alguns dos integrantes do grupo se desviam da missão ao conhecer outros valores como poder, dinheiro e ganância. E, enquanto acreditam que estão no controle de suas narrativas, eles são apreendidos por cientistas humanos, que decidem usurpar seus poderes e clonar seus corpos — gerando uma desordem no espaço-tempo.
Criada pela SM Entertainment, a história de EXO é longa, e data quase dez anos de existência em um universo complexo e coeso que abrange lutas sobrenaturais, ciência, divindades e traições — mas isso é papo para outro texto! Com o recente desenvolvimento do SMCU, EXO Planet e Kwangya podem coexistir e até mesmo se aliar em algum objetivo comum, então só nos resta acompanhar os próximos capítulos desta saga.