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Foto do escritorAgnes Nobre

Resenha | Esperança e recomeço marcam a segunda temporada de Pachinko

Nova fase do K-drama da Apple TV+ mantém o equilíbrio entre sensibilidade e perspectivas



Imagem de divulgação da segunda temporada de Pachinko
(Divulgação / Apple TV+)

Após quase dois anos, a segunda temporada de Pachinko finalmente foi ao ar, transmitida pelo streaming Apple TV+. Com oito episódios, a nova temporada mostra como Sunja e sua família enfrentaram as consequências do final de uma guerra e da imigração, através do paralelo entre duas épocas diferentes. 


Recomeço é a palavra perfeita para descrever a segunda temporada de Pachinko. Enquanto a primeira aborda um período de coragem e transição, a segunda é marcada por novidades e recomeço, mesmo que em meio a incertezas. Uma série de acontecimentos importantes destaca a família Baek em ambas as épocas que são expostos. Assim como a primeira temporada, a segunda vem com sensibilidade e paciência para contar a história de forma calma e respeitosa com o livro, sem deixar muita coisa de fora — pelo contrário, detalhes são adicionados para dar ainda mais vida e sentido à trama. 


Um ponto crucial, e talvez o mais envolvente da história é conectar os fatos que cercam a jovem Sunja (interpretada por Kim Minha) com os acontecimentos de sua fase idosa (Youn Yun-jung). Embora os dois paralelos sejam essenciais, o passado é bem mais intenso e surpreendente, enquanto o presente é mais estável e moderado, já que é o reflexo e resultado de tudo que aconteceu. 




O que a segunda temporada de Pachinko mostra?


Imagem de divulgação da segunda temporada de Pachinko
(Divulgação / Apple TV+)

Obs.: o texto abaixo contém spoilers


A divisão entre as duas temporadas é muito clara. Após enfrentar uma fase de mudanças na primeira temporada, a segunda parecia ser menos desafiadora, visto que mostra um período em que a guerra já não afeta tanto quanto antes e tudo voltou ao normal — mas não é bem assim. Porém a vida se tornou menos complicada, a família Baek conseguiu manter um negócio próprio e ter uma situação financeira menos precária. 


Isak (Steve Sang-hyun Noh), marido de Sunja, após longos anos longe da família retorna por um breve período antes de morrer. E ainda lidando com a perda, a vida no campo se tornou a única opção viável para Sunja e os Baek quando a guerra se complicou ainda mais. A mãe de Sunja se uniu à família e todos trabalham na plantação de arroz em troca de um lugar seguro para ficar. 


E a volta para casa em Osaka se torna um momento para reerguer literalmente o lar, e recomeçar a base econômica que os sustenta. Em meio a isso, o desejo de voltar para a Coreia se distancia cada vez mais e já não parece ser algo que Sunja busca, e sim estabelecer um conforto para si e sua família. 



Enquanto isso, já no presente, Solomon (Jin Ha) continua em um conflito para se restabelecer no mercado de trabalho, enfrentando a qualquer custo pessoas influentes na sua área — e conquistando inimigos. Sunja lida com a solidão da vida idosa e Mozasu (Soji Arai) tenta protegê-la. A etapa que a história parou no final da temporada aproxima ainda mais o passado do presente. O jovem Mozasu (Takada Mansaku) aparece já com seu primeiro trabalho em um Pachinko, e o destino de Noa (Kang Tae Joo) parece se aproximar também. 


Já Hansu (Lee Minho), que se mostra tão seguro de si para Sunja, lida com inseguranças com sua família e negócios. Durante a temporada, é perceptível que sua imagem de intocável acaba se revertendo para outro lado.


Toda a história é contada de forma muito sóbria e consistente. Os personagens entendem seus limites, porém compreendem que podem enfrentá-los de forma muito realista, mas esperançosa ao mesmo tempo, que é um fator muito presente não apenas na segunda temporada de Pachinko, mas em toda a história.  




Bons personagens e boa trama 


Manter coerência em uma história que constantemente mistura duas realidades é um grande desafio, mas o roteiro nunca se perdeu. A trama mostra claramente como as duas fases se conectam, e quando vão se intercalando, Pachinko flui muito bem de forma envolvente e sensível. 


Vale também ressaltar como os personagens sustentam a história. Pachinko não traz ninguém em cena para ser um mero detalhe. Cada um tem sua importância e reflete na trama de alguma maneira. Ver cada personagem evoluir em seu próprio tempo e contexto, e elevando ainda mais a sua importância na história deixa a trama muito mais consolidada. 



O que vem em seguida? 


Imagem de divulgação da segunda temporada de Pachinko
(Divulgação / Apple TV+)

A segunda temporada de Pachinko foi tão convincente e consolidada quanto a primeira. A nova temporada do K-drama recebeu 100% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes e 95% do público. 


A criadora Soo Hugh contou a TV Line que ainda não recebeu sinal verde da Apple TV+ para a terceira temporada do K-drama, mas afirma que seria essencial para encerrar a história. “Quando apresentei à Apple e aos compradores há seis anos, apresentei todo o enredo [formado por três temporadas]”. 


Embora ainda não tenha sido confirmada, a necessidade de mais uma temporada é muito clara. Ainda, há muitas especulações de como será a última temporada. Muitos teorizam que Noa receberá um grande foco, e seu destino será melhor explicado. Porém, a temporada deve seguir também com uma pegada mais conclusiva.



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