Lançamento concluiu a estreia individual de todos os integrantes do grupo e apresenta as cores específicas do vocalista
(Divulgação / HYBE Entertainment)
Na última quinta-feira (8), V do BTS se juntou aos outros integrantes do grupo e lançou seu primeiro álbum solo intitulado Layover. Com o total de seis faixas, sendo elas: Rainy Days, Blue, Love Me Again, Slow Dancing, For Us e a versão em piano da penúltima faixa. O projeto teve um esquema de divulgação um pouco diferente, liberando duas músicas com MVs antes de lançar o álbum por completo.
Os clipes de Love Me Again e Rainy Days aumentaram as expectativas dos fãs e deram uma prévia do que estaria por vir, algo que se sustentou quando a data mais esperada finalmente chegou. Com uso de muito instrumental e uma pegada um tanto quanto nostálgica, que combina com o estilo construído pelo artista, V se entrega em músicas cheias de rhythm and blues e jazz clássico.
Já no dia do lançamento, Layover recebeu o maior primeiro dia de vendas realizado por um solista na história do Hanteo, alcançando mais de 1.67 milhão de cópias vendidas, se juntando a seus amigos de trabalho Suga e Jimin que também atingiram o posto com trabalhos solo.
Layover mistura estilos
Rainy Days é a música que “abre” o álbum, iniciando com um piano que prepara o ambiente para a chegada da voz do vocalista que já introduz o refrão em inglês nas primeiras linhas. Suave e com um ritmo que vai fazer você mexer a cabeça sem perceber enquanto escuta, Rainy Days é uma faixa que tem o básico, mas que funciona. A sacada inteligente que quebra a repetição é um trecho em que o solista se arrisca um pouco em um estilo de rap, se podemos dizer assim dando uma quebra no ritmo.
Assim como a música, o clipe também é suave. No vídeo, V é uma pessoa comum, alguém que sente falta de um outro alguém, sem as mudanças de cenário, performances ou trocas de figurino que estamos acostumados a ver. E como sempre há espaço para teorias, alguns fãs acreditam que há uma referência ao filme de 1998 “The Truman Show”, protagonizado por Jim Carrey.
Seguindo uma energia leve, Blue dá espaço para o R&B que marca presença por todo o álbum. Dividida basicamente pelos vocais e uma guitarra em um ritmo completamente linear, há uma certa repetição que dependendo do mood de quem escuta pode deixar a música um pouco cansativa e até mesmo afastar o ouvinte. O que é mais difícil de acontecer com Love Me Again, que apesar de lenta tem um ritmo mais dançante e um refrão daqueles que você começa a cantarolar em momentos aleatórios.
No clipe, V aparece com uma estética que lembra os discos dos anos 70 com um figurino cheio de brilho, brincando com o uso de telas e luzes que refletem em sua roupa. Na letra, o artista traz o romance, algo que ele mesmo confessou fazer parte do seu estilo durante uma entrevista a Rolling Stone: "acho que vivo com a palavra 'romance' na boca. Realmente faz parte do meu vocabulário. Tenho tendência a gostar muito da atmosfera e da vibração das cenas da vida cotidiana"
Slow Dancing é a faixa principal; um tipo de música que se escuta durante uma viagem de verão e que te deixaria relaxado enquanto escuta, assim como no MV. Os raios de sol, as cenas na água e a brincadeira com os detalhes quase que alucinantes transportam quem assiste para aquele momento. Harmoniosa e refrescante, o clipe sem muitos artifícios abraça o instrumental linear e orna com a proposta sonora da música.
Por fim, For Us aposta no mais puro e melódico R&B. Ainda seguindo uma pegada bem simples, a música começa com uma voz com efeito, criando um pequeno diferencial se comparado as outras faixas. A letra seria claramente o que chamamos de sofrência por aqui e foi definida por V como “uma música R&B alternativa que expressa metaforicamente os sentimentos lamentáveis de não conseguir alcançar [alguém], por mais que você tente.”
Apesar de simples, o projeto solo de V se apresenta de fato como algo individual, refletindo as escolhas de um artista que busca emergir suas cores e personalidade através da música. Para quem acompanha apenas o BTS como um todo, Layover pode causar estranheza pelo ritmo lento e pela seleção de melodias contemplativas, mas a verdade é que V sempre demonstrou interesse por um estilo recheado de nostalgia, jazz, blues e todas as suas nuances. Por isso, o artista parece ter escolhido se manter na zona de conforto e conseguiu acertar, convidando o ouvinte para uma viagem lenta e imersiva.
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